Duas vidas

Ela está chegando... pouco a pouco. Cheia de medo, inseguranças, tristeza, lançando aquele olhar embaçado de pessimismo todas as vezes que se lembra da sua vida lá fora. A vida que o seu coração a deu de presente sem saber como seria o seu futuro. Presente de grego? não, presente de um amor gringo. Sempre debaixo da saia da mãe, sempre vivendo na terra do nunca, nunca pensou que um dia fosse ter que crescer de verdade. E crescer de verdade significa também sofrer. Acreditar que Deus está através do sofrimento, nos moldando, nos despertando do sono profundo do medo de arriscar, medo de SER quem realmente somos, medo de VIVER. Novo ano, (sensação brasileiríssima pós-carnaval), esperança de uma nova vida, pra cima, sem alimentar tristezas, me alimentar melhor, matar a minha fome de aprendizado. Amanhã meu filho faz dois aninhos. Dois anos de vida, de alegria, de tantos sentimentos misturados. Dois anos descobrindo um lado meu que eu não sabia existir. O que eu preciso lembrar sempre é que jamais me sentirei completamente sozinha. Mesmo longe dos que amo, família, amigos... e por isso estando longe da pessoa que costumava ser, perto de mim sempre estará alguém me lembrando o quanto eu posso ser ainda melhor.