Friday, April 18, 2025


Enquanto passeava pelo parque que foi lindamente presenteado com 72 cerejeiras japonesas, uma jovem se aproximou perguntando se eu poderia falar um pouco sobre esse espetáculo que a natureza faz em toda primavera. Apesar de como sempre pra variar me sentir ainda um pouco insegura na hora de falar inglês, eu decidi seguir em frente e bater esse papinho com a repórter que foi bem simpática. Ela perguntou de onde eu era, se eu gostava dessa estação (como não?) e o que eu achava do parque e das cerejeiras. Eu disse que acho linda a primavera, que é um sinal de recomeço, é como se Deus nos dissesse que mesmo depois de um rigoroso inverno, dias melhores iam chegar. O florescimento das árvores, principalmente das cerejeiras que vêm tão fascinantes mas ficam por tão pouco tempo, nos traz esperança. Esperança mesmo em dias nublados e chuvosos deste mês de abril. "April showers bring May flowers". 
Quinta-feira Santa, 17 de abril. Uma pena o festival do parque marcado para acontecer no dia 06 ter sido cancelado devido a chuva. Onze dias depois o sol veio e com ele as flores tão esperadas. Até a espera por elas chega a ser bonita. É uma semente de alegria plantada nos nossos corações. Depois de falar com a repórter ela pediu para tirar uma foto. Vi que Brad se aproximava e o apresentei a ela que quis tirar a foto de nós dois dizendo que formamos um bonito casal. A matéria está no New Haven Independent. Postei abaixo, depois das fotos que tirei, os prints que fiz do site. 









 

Saturday, April 05, 2025

Saint Patrick's Day carnavalizando












 Nem registrei aqui como foi o nosso Saint Patrick's Day, vulgo carnavalzinho estadunidense.  Dia 17 de março , dia também do aniversário da minha cidade Aracaju. Foi um domingo nublado, ameaçando cair chuva, mas quem caiu mesmo na festa foi a gente. Duas nordestinas from Brazil vivendo nesse nordeste daqui dos EUA com alguém de SE. Não de Sergipe mas de Seattle. Quando acabou a parada, o "desfile de sete de setembro" como disse a minha tia Rosa, a festa continuou pelas ruas e pelos bares da cidade. Parecia que todos queriam comemorar junto com os irlandeses. Quase todos vestindo verde, não só os mais maduros mas também muitas crianças. O domingo foi mesmo festivo. Valeu a pena acordar na segunda com um pouco de ressaca. Lembrei dos carnavais de rua que vivi. Deu pra matar um pouquinho dessa saudade. 
E que bom que só trabalho pela tarde! 🤭😉

Tuesday, March 25, 2025

Boas bengaladas

 Mais uma aventura com Mika e no caminho mais um causo. Avistei a poucos metros de distância um senhor que vinha caminhando com a sua bengala. Já suspeitando o que podia acontecer pela largura da calçada, achei melhor atravessar a rua. Ao chegar do outro lado ouvi o senhorzinho me agradecendo por ter deixado livre o seu caminho. E acrescentou com gestos e tudo que se eu passasse com Mika por ele nós iríamos ganhar umas boas bengaladas. 

Eu sorri e disse que já sabia, por isso atravessei a rua.  Resolvi seguir o caminho da paz, da alegria. Desejei um lindo dia para ele que me sorriu de volta e ao olhar com calma para Mika, a chamou carinhosamente (juro!) de sweet little girl. 

Essa Sweet little girl daqui precisa assim como previu o que estava no caminho e mudou, seguir acreditando na sua intuição. Quando sentir que algo não lhe fará bem, mudar a trilha, e evitar as bengaladas da vida. 

Monday, March 24, 2025

Gente de merda

 Numa das caMikanhadas, ela se prepara para fazer as suas necessidades no gramado de um jardim. Eu, tal como a minha consciência, estava tranquila por ter comigo o saquinho para limpar o seu cocô. Já a senhora dona do jardim apareceu bem enfezada. Gritando, me perguntou por que eu deixei minha cachorrinha sujar a frente da sua casa. Eu tirei o saquinho do bolso e mostrei a prova do que estava prestes a fazer. Lhe disse que não se preocupe, que ela ficasse calma porque eu ia limpar. Ela ainda raivosa, pediu por favor. Depois que eu com todo o cuidado limpei as fezes de Mika, tive vontade de esfregar na cara da senhora que na verdade já tinha sujeira o suficiente pra limpar na sua vida. Se não tivesse, não sairia espalhando esse humor de merda numa manhã chuvosa, porém tão linda de primavera.  

Quando mostrei o saquinho sujo porém mais limpo do que os pensamentos da senhora mal humorada, ela pelo menos me agradeceu.  E depois de um God bless you, olhei para o céu, e agradeci a Deus. 


Tuesday, February 25, 2025






 Caiu numa terça-feira o dia 23 de fevereiro de 2010. Dia que ficou tão importante para mim. Neste dia nasceu o meu filho Miguel. Pelas mãos de um médico residente da faculdade de Yale. A obstetra que iria fazer o parto chegou atrasada por causa da nevasca que caiu no dia. Quando ela apareceu, Mig já tinha nascido e estava bem, graças a Deus), o trabalho dela teve que ser outro. Senti muita dor pois não tive tempo de tomar anestesia. O que senti quando vi quem saiu de dentro de mim, cheguei até a esquecer do sofrimento. Eu só queria enfim poder tê-lo nos meus braços. 

Hoje, quinze anos depois, o que eu sinto é uma gratidão imensa. Lembro que perdi o terço que estava rezando durante as contrações. Lembro que ninguém percebeu que eu já estava em trabalho de parto porque eu aguentei firme as dores que foram ficando, aos poucos, tão insuportáveis. Lembro de uma enfermeira me falando quando eu reclamava--Mas você está tendo um bebê! - Sim eu tive um bebê e minha mãe tinha razão. Logo depois que Mig nasceu eu ouvi ela dizer emocionada: " Ele é lindo, Karina. Muito lindo. " 

O parto de Mig foi induzido. Acho que se não fosse, ele teria nascido no meu aniversário. Ou, talvez, no dia 24. Mas essa mãe aqui já com medo das piadas referentes ao número não quis deixar para o dia seguinte, nem tampouco esperar para voltar depois. Eu sentia que tinha que ser naquele dia. E foi Nossa Senhora que intercedeu para que tudo desse certo, apesar de muitos sustos. Apesar de tantas dores que hoje eu não consigo nem ter uma ideia de como elas eram. Só não esqueço da força com que elas me invadiam. A enfermeira estava certa. Eu estava tendo um bebê. O que eu esperava sentir? E ainda sem anestesia? Eu senti tudo e até hoje eu sinto. 

Sinto falta daquela confiança que tomou conta de mim. Eu não ouvi ninguém, só o meu coração. Na verdade, ouvi também o médico pedindo para ao invés de gritar, usar a força para deixar o meu filho sair. Usar a força para parir. 

Depois de enfrentar a escuridão, eu dei a luz. Luz que me disse que não, eu não ia morrer. Luz que não me deixou desistir. Luz que me fez construir um vínculo que nem o tempo, nem a distância, nem nada nesse mundo, vai poder destruir. 

Te amo Miguel Angelo Nou Hayes. Love you, Mig! 

My son, my sun.

"You are my sunshine, my only sunshine

 You make me happy when skies are gray. 

 You never know Mig, how much I love you. 

 Please don't take my sunshine away. 

Monday, February 03, 2025

Manhã de segunda depois de uma noite de domingo nevando é ouvir o barulhinho do gelo derretendo, imitando os pingos da chuva. 

"Chove lá fora" e aqui faz um quentinho...

 Me dá vontade de escrever.

 Mas sobre o quê não sei, alguém responda.

 E me encanta me encanta me encanta...