Tuesday, December 02, 2008

A alegria na tristeza


A gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música.

Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta.

Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa.

O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado.

Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada.


Triste é não sentir nada.


Thursday, October 02, 2008

Além da terra, além do céu



Além da Terra, além do Céu,

no trampolim do sem-fim das estrelas,

no rastro dos astros,

na magnólia das nebulosas.

Além, muito além do sistema solar,

até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos!


Vamos conjugar o verbo fundamental essencial,

o verbo transcendente, acima das gramáticas

e do medo e da moeda e da política,

o verbo sempreamar,

o verbo pluriamar,

razão de ser e de viver.


Drummond

Monday, September 01, 2008

Quando entrar setembro...

Sol de Primavera


Quando entrar setembro

E a boa nova andar nos campos


Quero ver brotar o perdão

Onde a gente plantou

Juntos outra vez

Já sonhamos juntos


Semeando as canções no vento


Quero ver crescer nossa voz


No que falta sonhar


Já choramos muito


Muitos se perderam no caminho


Mesmo assim não custa inventar

Uma nova canção

Que venha nos trazer

Sol de primavera


Abre as janelas do meu peito


A lição sabemos de cor


Só nos resta aprender


Já choramos muito


Muitos se perderam no caminho


Mesmo assim não custa inventar


Uma nova canção


Que venha trazer




Sol de primavera

Abre as janelas do meu peito

A lição sabemos de cor

Só nos resta aprender


(Beto guedes e Ronaldo Bastos)

Monday, June 09, 2008

"...Saudade assim faz doer e amarga que nem jiló, mas ninguém pode dizer que me viu triste a chorar..."


É, Karina...


O mês de junho já chegou! Será que você ainda não percebeu?? Não viu as bandeirolas enfeitando as ruas? E onde está aquela alegria que elas costumavam despertar em você? Estava me perguntando isso, quando estava justamente passando por uma rua que fica perto da agência que trabalho. O vento balançando as bandeirolas provocam um barulhinho tão bom... de chuva, e dá um friozinho na barriga. ... ...


São tantas preocupações, frustrações, situações brochantes do dia-a-dia, que você só foi perceber hoje que está no "País do forró" né?

Isso é inacreditável!

Não posso negar o que sinto quando ouço o som de uma sanfona, um forró pé de serra, e também essas bandas novas, que confesso também gostar de algumas músicas. Eu gosto de São João sim. Gosto do cheiro de pólvora no ar, das comidas típicas, de ficar olhando a fogueira queimar, de tomar licor, lembrar de quando meu avô Paulo era vivo e gostava de ver os netos brincando com bombinhas, assando milho, nossa, que saudade daquela época. Lembro também das quadrilhas que dancei na infância, quando estudava no colégio Tiradentes, de quando deixei de dançar também: um certo dia, no ensaio de uma quadrilha, o meu par, lembro até o nome dele ( ! ), queria dançar de um jeito diferente dos outros. Eu pedi para ele parar e ele continuou... então falei para a professora que não ia mais dançar. O meu par estava muito avançadinho para a época kkkkkkkele já dançava como o forró é hoje ( ! ) ainda bem que isso não me causou traumas, isso não ;-) Isso só deve ter no máximo me impedido de dançar quadrilha outra vez, mas forró não.

Hoje começa o Forró caju no mercado, mas estou com uma vontade de ir para o Arraiá do povo na orla, a programação está melhor. Tem Xotebaião, oh coisa boa! Mesmo sem o meu amor, mesmo morrendo de saudade... vou dançar mesmo sozinha, "sozinha", no país do forró, mas com o pensamento e o coração em oooutro país.














Friday, April 25, 2008

Grão de amor


Me deixe sim
Mas só se for
Pra ir ali
E pra voltar


Me deixe sim
Meu grão de amor
Mas nunca deixe
De me amar


Agora as noites são tão longas
No escuro eu penso em te encontrar
Me deixe só
Até a hora de voltar


Me esqueça sim
Pra não sofrer
Pra não chorar
Pra não sentir


Me esqueça sim
Que eu quero ver
Você tentar
Sem conseguir


A cama agora está tão fria
Ainda sinto seu calor
Me esqueça sim
Mas nunca esqueça o meu amor


É só você que vem
No meu cantar meu bem
É só pensar que vem
Lá ra ra rá...


Me cobre mil telefonemas
Depois me cubra de paixão.
Me pegue bem,
Misture alma e coração


(Carlinhos Brown e Marisa Monte)

Wednesday, April 16, 2008

Veja bem, meu bem...


Veja bem, meu bem...
Sinto te informar:
Que arranjei alguém
Pra me confortar.

Este alguém está
Quando você sai.
Eu só posso crer,
Pois sem ter você
Nestes braços tais.

Veja bem, amor
Onde está você?
Somos no papel
Mas não no viver

Viajar sem mim
Me deixar assim
Tive que arranjar
Alguém pra passar
Os dias ruins...

Enquanto isso, navegando eu vou
Sem paz
Sem ter um porto
Quase morto, sem um cais

E eu nunca vou te esquecer, amor
Mas a solidão deixa o coração
Neste leva-e-traz

Veja bem além
Destes fatos vis
Saiba: traições
São bem mais sutis

Se eu te troquei
Não foi por maldade
Amor, veja bem
Arranjei alguém
Chamado Saudade
(Marcelo Camelo)
Marcos diz:
I'm sit, and you?
karina diz:
I want my bed!
Marcos diz:
bed or brad ?
karina diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Thursday, April 10, 2008

Soneto de Fidelidade




De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive


Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes