Tuesday, December 28, 2021

A transformação da lagarta


 


                           A lagarta estava um pouco incomodada, sentia que algo precisava ser feito para que uma transformação na vida dela pudesse acontecer. Mas no fundo, ela não queria. Sentia também que resistir a estas mudanças lhe traria problemas, traria dor. E uma dor maior do que a que ela poderia sentir ao ter que enfrentar a metamorfose. Continuava se arrastando, alimentando-se das mesmas folhas, às vezes tão sem sabor. Não se arriscava em buscar outras árvores, outros ambientes, outras espécies... Se conformava no seu mundinho, no casulo imaginário que ela construiu sem lhe oferecer a possibilidade de futuros voos.

                              O pouco que arriscava era quando escolhia outros percursos, outras direções, porém continuava com a mesma forma de agir. Continuava a se arrastar, no seu ritmo de progredir. A qualquer obstáculo, seja no clima, no solo, ter que desviar, ou escalar... ela cansava, antes mesmo de chegar. Já era o que queria ser, alcançou tudo o que sonhou, estava condenada a ser essa feliz lagarta. Se sentia por ela mesma admirada.

                            Assistia aos voos das amigas borboletas, observava as transformações, às vezes até tentava seguir os passos de algumas delas, mas não, preferia mesmo era seguir o seu coração. Pelo menos ele, nunca a decepcionou.

                          Um dia enquanto se alimentava, não viu que estava na época em que as suas refeições ficavam além de lindas, perigosas. Embora se vestissem de flor, era um sinal de que em breve iriam cair. Ela teria que ficar mais atenta, mas não ficou. Acabou caindo junto com as folhas num mágico bailar, próprio da estação. A lagarta pôde voar no balé magnífico que os bons ventos do outono sempre proporcionam. Enfim, voou... E sem precisar passar por nenhuma dolorosa transformação. Foi parar no jardim da casa onde morava uma criança. A mãe da menina pegou a folha no ar, e percebendo a presença da lagarta, quis mostrá-la a filha que ficou encantada. Ao sentir que estava sendo observada com tanto carinho, com tanto amor, continuou o seu caminho. Ouviu sobre o dia em que ela se transformaria numa bela borboleta, mas que mesmo sendo essa lagarta ela já mostrava uma certa beleza.

A lagarta se sentiu tão bem, que saiu quase dançante. Parecia que cada parte do seu corpo seguia uma perfeita coreografia.

                       Um pássaro que estava por ali notou também a sua presença e, morrendo de fome, não resistiu àquele suculento lanche. A lagarta finalmente serviu para alguma coisa na sua vida, que não fosse sair por aí se arrastando, ou embelezando os jardins, bailando com o vento, as folhas e flores. De alguma maneira iria voar também agora, provisoriamente, dentro de um outro animal. E depois, poderia servir de adubo ou quem sabe, deixaria mais bonita a pintura de algum carro...


Wednesday, December 22, 2021

Um sonho de encontro



A passagem para o outro plano não foi tão dolorida como ele imaginou que seria. Sofreu mais quando foi caindo a ficha ao descobrir que já não poderia conviver com a sua esposa, seus filhos e netos. Foi recebido por um grupo de pessoas vestidas de branco, algumas ele reconheceu, outras não. Eram como mentores, anjos, coisa assim. Pessoas com um semblante calmo, que transmitiam paz, amor e uma espécie de alegria, leveza de espírito.

Aos poucos e com a ajuda do grupo que o recebeu, Paulo foi se acostumando com a ideia de que já não pertencia ao mundo dos viventes, que teria realizado a passagem, chegara a sua hora daquela única certeza que temos na vida: que um dia iremos descansar, partir, morrer. E enfim ele começou a aceitar o fato.

Às vezes ele conseguia a permissão para fazer uma visita à sua antiga moradia. Ele entrava e fazia algumas atividades que costumava fazer. Ninguém podia vê-lo, mas ele via a sua família, e matava um pouco a saudade. Se incomodava quando alguém ainda sofria com a sua ‘perda”. Sofria junto, ficava inquieto, tentando mudar os pensamentos, a energia, com o auxílio dos integrantes do grupo iluminado. Eles realmente traziam luz quando Paulo era levado para a escuridão.

Um dia enquanto estava na cozinha da casa onde viveu, viu a sua neta mais velha se aproximar. Ela, num misto de susto e adorável surpresa, o chamou gritando e perguntou como isso poderia estar acontecendo. Como ela estava vendo o seu avô que já tinha falecido, ali, na sua frente e tão vivo? Paulo também não conseguia acreditar no que estava vendo! Ela estava mesmo conseguindo lhe enxergar? Ou seria apenas uma daquelas visões que ele tinha quando alguém sentia muito a sua falta? não, as visões não se pareciam nada com a cena que ele estava presenciando. Sua neta não estava triste, estava alegre ao vê-lo! Emocionado e curioso, olhou para a mulher vestida de branco sentada à mesa da cozinha. Essa mulher com um ar sério e que inspirava total confiança lhe falou: - Sim, Paulo. Agora, ela pode lhe ver.

Com uma felicidade imensa estampada no rosto, Paulo abraçou forte a sua neta mais velha, sem deixar de perceber o quanto ela havia crescido: Está quase do meu tamanho! ...

Ainda sentindo o amoroso abraço do seu avô, Luciana abre os olhos e fica um tempo na cama lembrando daquele reencontro. Junto com essas lembranças vieram também as idas aos parques de diversões com ele. O jeito que ele a sentava no cavalo do carrossel por ela ser uma mocinha, as risadas com os palhaços nos circos, sendo que a maior diversão dele era ver seus netos felizes. Memórias de uma infância mágica. Momentos que mais pareciam sonhos. Assim como foi esse último encontro.


Primeiro filho, menina?


 “You cannot find peace by avoiding life.”

Virgínia Woolf

 Márcia passou os nove meses rezando para que aquele bebê dentro da sua barriga fosse do sexo masculino. Primeiro filho, dizia a família do seu marido, tinha que ser macho, varão! Ao contrário da sua mãe que nunca teve essa preocupação. Por isso, como sempre disse ela, Deus presenteou a dona Maria com cinco meninos e cinco meninas sendo o primeiro a filha que realizou o seu sonho de ser enfermeira formada na Anna Nery do Rio de janeiro.

Além da pressão para ter um bebê menino, Márcia também sofreu vários aborrecimentos quando foi morar na casa da sogra, principalmente com a sua cunhada, que era a única filha mulher, mimada, sentindo o seu reinado ameaçado por quem ia dar aos seus pais o primeiro neto. Não aceitava ter que dividir o seu quarto com Márcia que teve várias vezes os seus pertences postos para fora e com a porta trancada, cruz que ela teve que carregar enquanto estava grávida de Verônica. Outra cruz que também pesou muito foi o que ela ouviu no dia do seu casamento no civil. Além de não ter o sonho de casar na igreja devidamente realizado, viveu o pesadelo de ouvir o seu sogro gritar depois de umas doses de whisky, na frente de todos os convidados para a cerimônia: -Quem quiser fazer filho, que vá para a casa de praia! - Lugar para onde seu querido namorado hoje marido, a levou, depois de ter implorado pela permissão de dona Maria.

Após três tentativas frustradas na maternidade, uma cesariana teve que ser realizada. A bebê estava de quina pra lua, literalmente, e ao ser retirada do ventre materno, não fez nenhum ruído. Ao perceber o silêncio, o desespero tomou conta de todos, inclusive da médica que rapidamente deu uns tapinhas de leve no bumbum daquela neném que ela falou ser tão grande e bonita. Junto com um pequeno engasgo, o chorinho mais esperado invadiu o ambiente e trouxe mais lágrimas àquela mãe de primeira viagem sem fé que já esperava uma outra má notícia. Já não bastava o seu primeiro filho ser uma menina? “Ao menos era branquinha...” e pelo visto, pelo que estava ouvindo, parecia não ser muda.

Verônica veio ao mundo com preguiça. Preguiça de nascer, de chorar, de dar qualquer sinal de vida. Talvez por não se sentir tão bem-vinda, querida, desejada. Ou talvez por medo, por já saber que ia precisar ter mais do que a vida pode lhe dar para conseguir se sentir realmente viva. E isso poderia doer, ainda mais não sendo o filho homem sonhado, sendo uma mulher, neta de dona Maria, alagoana que deixou seu marido que a maltratava e com o trabalho de suas próprias mãos conseguiu criar tão bem os seus dez filhos e também alguns netos, numa outra cidade, cozinhando, costurando, tratando tão bem os hóspedes do seu pensionato que sempre estava cheio. Naquela época ela já dizia: esse mundo está perdido! Agora, apesar de tudo, Márcia diz a Verônica: - Sua avó Maria só não ia querer ver seus filhos, netos e bisnetos sem aquela alegria inspiradora que ela sempre teve, alegria de viver.


Tuesday, November 09, 2021

Saturday, September 18, 2021

Há que ser 🌞


 Sol de setembro , solte-me sendo

 Sendo eu sendo assim, vem pra mim

 Mudança de estação já sinto na pele

 Fico à flor dela como essa flor amarela

 Que se fecha e se abre de repente 

 Mudando o cenário da gente 

 Cenário agora um pouco ainda quente

 Dizendo It's a beautiful day! Enjoy it! 

 Sol de setembro, solte-me crendo

 Que sim posso ser esse ser

 Quem eu quiser ser, ter o que eu quiser ter

 E assim há que ser! 


 

Monday, September 13, 2021

Um jardim a bailar


 

Voando. Planando. Bem de leve ela vem.

Aparece. Esplandece. Com o vento a dançar.

Pausa. Pousa. Pólen. Flores. Cores. Ar.

Outra visita. Discreto zunir. Botões a beijar. Num piscar.

Vem e vai. Sem despedida. Faz mais rara a vida.

Um baile no jardim. Gratidão por assistir. Diariamente e free.

Livre a voar. Um voar para dentro. Sem tormento, sem dor.  Só amor.

Amor ao que é espelho, e assim ao que também não o é, ou será?

Um soar esquisito, esquilos. Uma língua esquisita, não a dela, mas que também se faz.

Cintilar de asas, cintilar de vozes. Vozes da tv, de filmes, de cinema.

Sessão da tarde pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela*, e quem será ela?

A contemplar a natureza. As plantas. Os animais. As surpresas.

Lembranças do passado colhidas e replantadas.

Momentos passados tão presentes. Momentos presentes. Presentes.

Seres encantados. Nos faz transformados. Em mais. Sem ais. Em paz.

De lagartas a rastejar,  luzes a voar.

Voando. Planando. Pintando.

Caminhando, cantando, dançando.

Vivendo. Convivendo. Aprendendo. Ensinando.

Crescendo, fluindo. Resistindo.

Joaninha colorindo. Cigarras estridentemente ecoando. Crianças brincando.

Convites à vida. Ela vai lá fora. Verão chamando. E um inverno ameno.

Voando, planando. De leve, pesando.

Mas de leve ela segue. Pausa. Pousa. Move. Morre...Renasce.

De larva no casulo escuro a se isolar, para a vida na luz a amar.

Vaga essa luz, contente com a noite a se aproximar.

Vaga uma alma, das correntes a se libertar.

Semente plantada. Sorte lançada.

Presença florida, colorida. Curtidas.

Segunda porta ao se abrir. Sempre um universo a descobrir.

A trilha sonora de pássaros:

Melodias com cardeais, robins e piuis

Vêm também sabiás e bem-te-vis.

Junto aos curupiras e sacis.

Um jardim a bailar, doce lar.

 


 

*Pequeno trecho de  Esquadros canção de Adriana C

Espelhos


 

Olhar para o teu rosto assim me faz acreditar no que sempre nos falaste: que a morte não existe, que quando o espelho é bom, ninguém jamais morre.

Olho para o teu rosto maquiado e o teu corpo com um vestido azul celeste, colar e brincos brilhantes...sim, resolvemos atender ao teu último pedido. Realizamos o teu sonho. Vossa vontade que não foi feita aqui na terra mas que esperas que seja no céu.

Meu adorado pai, sei o quanto deve ter sido difícil para ti viver sem poder ser quem realmente és. Tu casaste, construíste uma bela família de respeito, unida. O orgulho dos teus pais. Sempre muito bem visto pelos amigos e conhecidos. Um grande exemplo para os seus seis irmãos mais novos.

Ficaste viúvo mas não desceste do salto. Pena que não foi literalmente. Sofreste calado e criou os teus filhos exercendo a tua profissão de médico. Afinal, era um dos desejos da tua mãe. E tu conseguiste se formar com louvor numa das melhores faculdades. Um irmão advogado, outro bancário e claro, também tiveste um irmão padre, que está aqui celebrando a tua missa de corpo presente.

A tua fase alcoólatra foi dolorosa para todos, principalmente para tu mesmo. O resultado dessa falta de controle, dessa espécie de fuga, tu deves ter percebido quando já era tarde, quando o teu fígado já não mais funcionava. Bebias quase que diariamente. Costumavas também dar as tuas saídas misteriosas. Chegamos até a desconfiar que tu estavas de caso com alguém. Que tinhas arrumado uma outra mulher às escondidas. Mas nunca podemos descobrir para onde ias e muito menos com quem.

Fiz questão de pôr o teu nome no meu primeiro filho. Olho para ele hoje e lembro da música do espelho que tu gostavas tanto. “A vida é mesmo uma missão, a morte é uma ilusão, só sabe quem viveu. Pois quando o espelho é bom, ninguém jamais morreu.”

Carlos Eduardo Neto, o Netinho, amanhã faz quinze anos. Ia mandá- lo para uma certa clínica de hipnose. Ia ter que fazer um tipo de tratamento, mas mudei de ideia, pela felicidade da mãe dele, e agora acho que minha também. Ele parece estar feliz assim, do jeito que é: Cadu Glamour, como gosta de ser chamado. Quem sabe tu estás a assisti-lo da morada dos anjos? Será que estás feliz também?

Ouço trovoadas! Essa chuva me deixa ainda mais triste, e sei que tu sabes disso, pai...

Sei também que és tu que junto com o sol surges agora, colorindo o céu.

 

 

 

 

 

 

 

Free hugs

 






Cresceu com o sonho de ter a sua missão devidamente cumprida: ser um homem-bomba e enfim poder usar o seu superpoder. Só não imaginava que fosse encontrar alguém que ia fazê-lo desistir. Esse alguém fez o seu peito bater tão acelerado que ele pensou ter o seu colete ligado. Desarmou-se totalmente quando foi invadido por um abraço. Nenhuma bomba se ativou. Somente o amor do seu coração. O que não deixa de ser também, uma grande explosão.


Tuesday, August 24, 2021

The First city!

 Only you to make me try writing this post in English, and in my feed! Julie, between secadas, your baratas, and the delicious bread you made, the way you play with your lucky cats, the story about the 🖕🤦😅😉... You and Tony are a perfect couple that make everything perfect! Thank you so much for everything! The Second city for us is the First! Yep! Chicago is better then NY! Sorry about my English (I have to say that🙄) You are one of the reasons for me to keep trying even with my mistakes. I have to keep swimming as a pisces girl. My ascendant is in aries, your sign, and I think I can already see what It means for me because of you!  - Julie, barata! Acarajé! Saideira! And... Saudade! That's what we're already feeling right now! We miss you a Lot!!!! We love you! And I Hope the next time we see you guys, Mig is still with us! Or me, or Brad...who knows???  "Vanity, Vanity..." ( Tony)

 I almost forgot to say how much I love hearing you singing Marisa Monte! ✨👏😍 And yes, you have to Win the What you memes game! You deserves It! You rock! Give a hug in your capricorn husband 😅😉 I'm drinking wine and Mig is complaining and It reminds me you saying: the wine is not for You! 👏👏👏 Yes, it's not yet, we Will see! 🙏🥴 Love you, love your New house, love Chicago... And now I love myself a little bit more because of you, guys! " Because of you..." This song came in my Head , omg! Like when you see the beautiful day and started to Sing U2  when you're driving : 

It's a beautiful day

Don't let it get away🙏



It's a beautiful day (Oooh, ooh)


And It was all because of you!!! 






 😅😅😅😘😘😘❤️❤️🐱🐱🐱☕🍷🍷🍷🌈🔥🦋🥟🍔🎼

Saturday, March 13, 2021

Águas deste março



 Lembro quando chovia nessa época do ano no Brasil e logo me vinha à mente a canção: "São as águas de março fechando o verão..." Sendo que agora pra mim elas são águas passadas, ou como se diz por aqui, it's just water under the bridge. Porque enquanto no mês de março de lá as águas fecham o verão, aqui elas abrem a primavera. E a promessa de vida se torna ainda mais visível devido a despedida do inverno: na volta do verde que vai sendo notada pouco a pouco, no despertar das folhas nas árvores, no canto dos pássaros, no lindo desabrochar das flores. Águas passadas não movem moinho, mas podem ser sim sempre admiradas, relembradas, para refrescar a memória, sem se aprofundar tanto, sem precisar mergulhar de cabeça naqueles momentos que já se foram. Essas águas podem não mais mover os moinhos, mas sempre deixarão mais suaves as trilhas dos nossos atuais caminhos. 

 

Friday, March 05, 2021


 Ventos mais fortes , ainda frios, levando o inverno e trazendo uma nova estação.

Alguns botões já aparecendo, jardins aos pouquinhos renascendo. 

Na pele ainda não sentimos calor, pelo contrário, ar-condicionado natural no máximo ainda ligado, não dá pra sair sem casaco, mas com ele às vezes esquenta demais, vá entender... 

Mudança de estação , nem uma nem outra, e em cima do muro o clima vai ficando, parece estar descansando, enquanto o vento vai gelado soprando. 

Não é inverno nem primavera, mas já dá pra ouvir os cantos dos pássaros, já dá pra ver a volta dos esquilos para lá e para cá, algumas borboletas... 

A frieza ainda reina, mas vai passar. Esperando a primavera, vou percebendo seus discretos sinais. A cada um reservo uma alegria,e tem sido assim todos os dias.

 Que os bons ventos tragam junto com a estação das flores, o perfume da esperança. 



Wednesday, March 03, 2021

11





 Um menino que está se saindo tão bem ,e a cada dia nos surpreendendo mais! Miguel, Mig, o batedor do tio, costelinha também, Miguellignton de titia, cabeça de pirulito da mãe, agora é o super boy do pai, tão esperto, inteligente, esforçado, às vezes impaciente, engraçado, e quando sorri?? É pra tudo aqui colorir! -"Lembra quando você começou? Você disse vamos fazer de conta que eu só falo inglês." - O super Dad me falou. E essa super Mom? 😲 Tão admirada, impressionada ficou que resolveu entrar também nessa brincadeira! Por mais difícil que pra ela seja...So, are you ready? 🥴🤔

Saturday, January 30, 2021


 Apesar do frio que estava fazendo lá fora, o sol apareceu. Sim, posso dizer que foi um sábado de sol. Sol que bateu na janela e espalhou sua luz pela casa inteira. Sol que chegou chegando e me fez registrar o seu lindo espetáculo. Raios solares que além de iluminar trazem mais alegria ao lar. Além de capturar o momento perfeito, tive que mostrar também como em mim fez tanto efeito. 


Wednesday, January 27, 2021

"Estupidamente gelada!"



 Hoje nem é sexta-feira... Mas tem como ver a neve lá fora, ter umas cervas na geladeira e não fazer uma brincadeira? 

De jeito, maneira! 

Sei que a cerveja não é a sua preferida, mas o que importa não é isto não!

O que vale mesmo é o quanto que lembrar do "Estupidamente gelada!" aquece o meu coração! 

Uns deslizes com as músicas de Fagner e alguns motoristas de táxi, as risadas mais altas, a alegria ao ver o garçom com mais uma saideira, mesmo já perdendo as estribeiras... E com charme dar aquela golfadinha pra depois recomeçar inteira!

E sem falar nos nossos karaokês: Muito estranho, Escrito nas estrelas, essas tem que ter com certeza! E quando as coloco pra ouvir aqui...Oh, sofrência danada! Aí, só mesmo pegando outra "Estupidamente gelada!" 


Vanuca ... "Só assim, sinto vcs bem perto de mim outra vez." 

Tuesday, January 26, 2021

Mágicas máscaras



 Enfim, aquele defeitinho que tanto a incomoda pode ficar pelo menos por um tempo escondido. Muita gente pode estar reclamando do uso das máscaras, mas ela até consegue se sentir mais bonita porque além de proteger, a máscara também pode cobrir o nariz que sempre foi o seu motivo de vergonha, de mangação nos tempos da escola e da faculdade. Hoje ela aproveita para maquiar os olhos, valorizar o seu olhar com sombras, cílios... E deixa um espetáculo também as suas sobrancelhas. Ela percebeu que este seu novo olhar vem chamando mais atenção e tem se sentido muito mais atraente. Usou e abusou das máscaras e do charme que poderia fazer através delas: tinha com desenhos de flores, borboletas, estrelas... Tinha muito coloridas e também mais discretas, mas a maioria criativas. Um dia ela escolheu uma com o desenho de um coração. Neste dia ela foi no supermercado e lhe chamou a atenção um rapaz que estava usando uma máscara com notas musicais. Ela achou muito interessante. A máscara com partituras realmente lhe tocou. Assim como também os olhos de quem a estava usando. Depois que achou o que estava precisando, foi para a fila do caixa e quem ela encontra lá? Tá na cara que foi o mascarado musical, né? Ele mesmo! E ela ficou tão animada que não resistiu. Quando viu que os seus olhos se encontraram, falou: - Adorei a sua máscara! -  E ele lhe sorrindo com o olhar, disse agradecendo: - Ah, é a minha paixão pela música, pela minha profissão, sou professor de música. Também gostei da sua! Coração... Amor, paixão. Tudo que a gente faz com ele, acaba dando certo. -  Ele pega as compras dele e vai se despedindo quando ela de repente tem uma ideia. - Você disse que é professor de música, eu também sou professora! Dou aula para crianças do quinto ano, e estava pensando em dar uma aula diferente... Você poderia aparecer na escola e fazer uma pequena apresentação para os meus alunos? - Ele ficou surpreso mas pelo visto ficou também interessado. - Sim, posso sim! Vou lhe dar o meu cartão, assim podemos entrar em contato. - Ele pegou no bolso um cartão e deu para ela falando que o seu nome era Miguel e ela pegou o cartão e disse que o dela é Maria...hum,os dois com M! - Miguel, que pensou o mesmo,  disse - M de...-  Foi quando os dois falaram igual mas de formas diferentes: -M de Másc..oh,  Mágica! - Disse Maria. E Miguel: - M de música!  É... Não deixam de ser a mesma coisa, né? -  Completa ele, sempre sorridente.  -Até mais, Maria! E ela também se despede com um sorriso nos lábios, que apesar de estar escondido, não tinha como ficar despercebido. No dia seguinte, Miguel recebe um Bom-dia vindo de um belo par de olhos no WhatsApp. Ele logo o reconheceu e respondeu com Bom dia, Maria!  - Ela pergunta ao seu mais novo amigo se ele poderia ir hoje à escola que ela trabalha, e ele diz que sim! Encantada, Maria fica a olhar a foto que ele tem no perfil, como se estivesse assistindo ao que Miguel estava fazendo: pegando o seu violão e começando a ensaiar a música que irá tocar na escola. Maria se prepara de um modo um pouco diferente do normal para ir ao trabalho, mas escolhe uma máscara com coração novamente. Chegando na sala de aula explica aos alunos sobre a surpresa. No horário combinado Miguel aparece com sua máscara mágica, entrega uns papéis para Maria, pede para ela distribuir aos alunos a letra da canção, e faz a apresentação: "Meu coração, não sei por quê, bate feliz quando te vê. E os meus olhos ficam sorrindo, e pelas ruas vão te seguindo, mas mesmo assim, foges de mim..." 

Ao terminar de cantar, Miguel recebe aplausos dos alunos de Maria, e dela, não só aplausos mas também um brilho no olhar que ele jamais vira em ninguém. Maria agradece a sua incrível participação na aula dela e fala sobre a profissão dele para os alunos. Ele se despede e quando ela vai deixá-lo na porta ele a convida para jantar num restaurante do bairro. Ela aceita o convite. 

A noite nunca demorou tanto para chegar. Maria estava ansiosa para ver Miguel novamente. Ansiosa e também preocupada com o encontro. Ele enfim vai ver todo o rosto da dona do olhar que tanto lhe encantou. Maria caprichou na maquiagem não só dos olhos desta vez mas usando também truques para disfarçar o seu nariz, pois sabia que uma hora ela teria que retirar a máscara. 

Ao chegar no restaurante, Miguel já estava lá, escolheu uma mesa na parte externa. Quando Maria sentou, ele rapidamente pediu um vinho. Enquanto o garçom os servia, Maria olhava para ele nervosa.  Ele levantou a taça dele e propôs um brinde: À paixão!  - Maria, num susto,  quase derruba a taça dela quando pegou para brindar. Miguel continua: Um brinde à paixão que sentimos pelo nosso trabalho, pela nossa profissão! - Depois do brinde, ela retira rapidamente a máscara e toma todo o vinho como se quisesse desta forma tomar também coragem. Quando olha pra ele, vê algo diferente nos seus olhos, e ele fala: Quando lhe vi, algo já me dizia que você era bonita. Os seus olhos chamaram muito a minha atenção! Mas agora lhe vendo sem máscara... Nossa, como você é linda!  - Sem jeito, Maria agradece e já sob o efeito do vinho ela diz que o que na verdade havia chamado a sua atenção foi a máscara dele, e depois, a música que escolheu para tocar na escola... Miguel a interrompe propondo um outro brinde, agora, à música! Pega o violão que estava atrás da sua cadeira e a convida para cantar. Já pela introdução ela reconhece a canção e canta com ele: "Meu coração, não sei por quê, bate feliz quando te vê, e os meus olhos ficam sorrindo..." Maria para de cantar, levanta as mãos dizendo que agora era ela que iria interrompe-lo e fala: A sua máscara com notas musicais podem até ter me chamado a atenção, mas foram exatamente esses seus olhos sorrindo...que me tocaram.-  Os olhos dele sorriram ainda mais e ele achou a boca dela tão mais bonita falando aquilo que deixou o violão de lado, foi se aproximando e quando viu, já estavam se beijando! 

Quem diria Maria, que num momento em que aproveitava para esconder do seu rosto uma imperfeição, encontrou alguém que conseguiu enxergar o seu coração.... 



Monday, January 18, 2021

Deus me livro!


 No criado-mudo eu já o deixo propositalmente, como se assim eu me sentisse obrigada a pegá-lo antes de dormir. Acontece que eu acabo lendo não importa o momento. Às vezes é só olhar pra ele, e inicialmente, meio sem vontade, vou abrindo, me recordando da história, de onde estava quando parei...e sem perceber, já estou dentro de novo, e o melhor: sem querer mais sair! De tão envolvente que a coisa ficou, de tanta curiosidade que causou, de tantos mistérios a me pedir, implorar para serem desvendados, e sometimes através de um esforço maior, quando está in English , mas graças a Deus, pode ser compreendido. Confesso que assim a história fica ainda mais empolgante, me faz constatar o quanto que uma boa leitura pode ser mágica, pode nos levar muito mais longe do que a gente pode imaginar. Ao abrir um livro, ao se começar a ler, a gente entra num portal que nos dá acesso a tantas emoções, lembranças, sentimentos, todos os nossos sentidos são aguçados, tocados, mexidos...e de uma forma que nem dá pra explicar com palavras. Como bem disse Martha Medeiros: "Todo livro é de autoajuda". É realmente uma experiência mágica! É tão bom que às vezes não consigo parar de ler, e é exatamente por isto que preciso interromper...para simplesmente poder prolongar este prazer! Ao resolver parar, dar um tempo na viagem, na maioria das vezes no término de um capítulo, ou de algo marcante que ocorreu, eu o coloco de novo onde ele estava. E para o criado-mudo volta este portal sagrado, mundos esperando para serem novamente e intensamente explorados. Alegria de cada dia que nos é dada, que não nos deixa cair em tentação, e quando nos deixa, a queda é livre, caímos nos contos de maravilhosos escritores, caímos em nós mesmos... 

E me livro do mal, amém!

Sunday, January 17, 2021

E renasce a esperança!


 A esperança sempre há de brotar.
 E quando a gente menos espera,
 ela vem despontando e nos ensinando,
 que pode até demorar,
 mas nunca vai nos decepcionar. 

E é em cada pedacinho do dia,
em cada observação, em tudo o que a gente sente, e não em quem nos fez sentir
Que a esperança vai lançando as suas sementes...
No solo fértil da nossa imaginação, 
do nosso coração às vezes tão inocente.

 Por ser a última que se vai,
 a esperança está conosco por toda a vida.
 Disto não podemos jamais esquecer!
 E do que em nós precisa ,de uma vez por todas, morrer... para enfim, podermos crescer! 
 
 
 


Friday, January 15, 2021

Uma andorinha SOL sempre faz verão!


 O provérbio: "Uma andorinha só não faz verão" pode até fazer sentido, mas afirmar que onde uma andorinha estiver sozinha não pode rolar um climão, nem tem como aquecer o coração, isso eu já não concordo, não! Acho que sim, uma andorinha sozinha pode sim fazer verão, tomar seu sol, caminhar na praia, tirar onda, tomar sua cervejinha num barzinho a beira mar...pode fazer também outono, brincar com as folhagens das árvores, colorir suas paisagens, se quiser também, colorir aquela amizade, aprender a cair lindamente, junto com o bailar das folhas e ver a beleza poética da nudez dos galhos nos campos. Uma andorinha só faz inverno, quando se recolhe, se protege do frio, pega um livro pra ler ou reler, um filme para assistir, um tema para escrever, uma lareira para acender ou sair para com bolinhas de neve brincar, depois um chocolate quente tomar, e assim a estação mais fria vai passando, e a andorinha vai se preparando para observar a primavera no tempo dela e da forma mais bela brotar. Quando uma pessoa aprende a ser andorinha, quando ela se descobre livre como um pássaro, livre para voar, ela pode fazer verão sozinha, sim! E em qualquer lugar! Basta se dar bem com ela mesma e com a sua inevitável solidão. Uma andorinha que é feliz consigo mesma é uma andorinha Sol! E como o sol não faz verão, se ele é a estrela dessa estação? Uma andorinha sol, além de fazer verão, sabe ser luz ...seja qual for a estação.