Annie
enfim escolheu o vestido que iria usar no dia mais feliz da sua vida, o dia
do seu casamento. O sonho dela era se casar vestida de noiva e segurando um
buquê de lírios. Todos os seus amigos sabiam disso, pois ela fazia questão de espalhar.
Ao se olhar no espelho com o vestido que escolheu, ficou extremamente
deslumbrada, emocionada...
Quando
estava perto do casamento, ela misteriosamente desapareceu. Última vez que foi
vista foi ao entrar no laboratório onde fazia pesquisas, uma câmera de
segurança captou a imagem da sua entrada.
Depois de três dias seu corpo foi encontrado, justamente quando seria o seu casamento. A morte a separou do seu feliz destino.
Policiais seguiram investigando. Encontram quem seria o assassino e também a sua
motivação ao crime. Uma troca de emails entre Annie e Paulo, seu colega de
trabalho, deixou clara uma evidência: ele parecia estar obcecado por ela. A
última mensagem dela para ele foi comunicando que iria se afastar por causa do
seu casamento e lua de mel, mas precisaria passar no laboratório para deixar
guardados alguns materiais do seu projeto de pesquisa. Pelos dados da perícia,
esse teria sido o dia em que ela foi estrangulada.
Ao chegar
no local, alegre como costumava ser, Annie cumprimentou o colega e foi guardar
os materiais. Paulo a seguiu e perguntou sobre o projeto. Ela lhe disse que ele
poderia prosseguir sozinho. Revoltado, Paulo que estava apaixonado não só pelo
projeto como também pela criadora dele, não demorou para perceber que
Annie também estava. Para evitar ir
longe demais num caso que não deixaria de ser uma aventura, ela achou melhor
desistir, antes que essa relação ficasse muito perigosa. Mal sabia ela que o
perigo já havia ali se instalado.
Ao se
despedir de Paulo, pensando que, apesar de ter demonstrado estar um pouco
triste, ele tinha aceitado tranquilamente a sua decisão, ela resolve abraça-lo.
Ao sentir o corpo dela tão junto ao seu, como por apenas uma noite ele teve,
Paulo não resiste e a aperta com força, sem querer deixa-la sair. Annie, ao
mesmo tempo em que chega a sentir certo prazer, tenta se soltar dos braços dele
mas não consegue. Com arranhões e chutes, escapa por um instante mas ele a puxa
e aperta o seu pescoço. Olhando nos seus olhos fala que se ela não ajudá-lo a
realizar o sonho dele (pesquisa que ele tanto almejava, e com a pessoa de quem
ele tanto gostava), ela também não iria realizar o dela. Esse seria mais um
caso de amor impossível na vida de Paulo. Durante essa infeliz constatação ele
apertou tão fortemente o pescoço dela que não demorou para ela dar o seu último
suspiro. Ele rapidamente pensa num lugar e lembra de uma parede com fundo
falso. Ele coloca o corpo dentro dela.
Annie,
ainda que morbidamente, consegue realizar o seu sonho: estava sim, vestida de
noiva e com o buquê de lírios. Mas para uma cerimônia completamente diferente
da que ela sempre desejou. Na noite do funeral, Erick, noivo de Annie, sonha
com ela, acorda e pega o celular para ver a última foto que ela havia lhe
enviado: Annie ficara tão encantada provando o vestido que não resistiu,
atendeu ao pedido insistente do noivo, mandou uma foto para ele sem se importar
com a fama de que isso poderia trazer má sorte.
Erick agora se perguntava, será que se não
tivesse insistido tanto para ela mandar a foto vestida de noiva, ele estaria
com Annie agora viva em seus braços?
O que
Erick não imaginava era que a sua noiva havia se apaixonado por outra
pessoa, e justamente por quem a assassinou. Paulo, na cela de uma
penitenciária, tem acordado nas madrugadas ouvindo batidas na parede e o seu
nome sendo sussurrado. A voz que lhe chama é igual a
de Annie. A cena que lhe persegue é a do corpo dela sendo emparedado, a
forma que ele o escondeu. São quase trinta dias sendo perturbado pelas mesmas
visões, escutando os mesmos barulhos. É levado para a enfermaria onde lhe dão
um sonífero. Enfim, consegue dormir, mas num sonho reencontra Annie, que o
coloca contra a parede dizendo que por ele te-la impedido de realizar o seu grande sonho de se casar na igreja, iria transformar a vida dele num grande pesadelo.