Saturday, January 08, 2022

Néctar apimentado



Eu era a ansiedade em pessoa esperando aquela nova funcionária do meu restaurante em Nova York. A sua documentação dizia que era também brasileira, e da Bahia! Quando ela chegou, que surpresa boa! Boa naquele sentido mesmo! Que coisa mais linda, mais cheia de graça, como diria o poeta! Tenho certeza que deve sentir falta de uma boa noitada regada a cervejas e caipirinhas, de um samba no pé, um bom churrasco, um forrozinho com direito a cheiros no cangote...

A cumprimentei em inglês, não quis entregar logo o jogo. Ela sorriu, e eu dei graças a Deus por estar sem máscara. Expliquei como seria o trabalho, e percebendo o seu sofrimento tentando me entender, não resisti e falei que minha mãe também era brasileira. Num gesto que demonstrou tanta alegria e alívio, ela disse:

- Sério?? Você também fala português?? – Falei que sim. Ela veio chegando perto, me deu um abraço apertado, e eu senti um cheiro tão bom! Como foi gostosa aquela sensação! Meio sem jeito, ela se afastou um pouco e olhou para o meu pescoço: - Nossa, tantas pintinhas você tem aí... – Você ainda não viu nada- me escapou. Rapidamente mudei de assunto, e perguntei quando ela poderia começar o serviço. Agora mesmo! ela falou prendendo os lindos cabelos negros. Sua tatuagem na nuca não passou despercebida. Elogiei e disse que também gostava de borboletas. Ela me confessou que não era a única, que tinha outra tattoo escondida. Morto de curiosidade não hesitei: perguntei qual seria e onde estaria a outra arte no seu corpo. Ela foi levantando o seu vestido e eu não acreditava no que estava acontecendo. Com um jeitinho inocente, baixou um pouco a calcinha rendada e me mostrou parte de outra borboleta, dizendo: - Essa outra fica bem perto da minha flor! – e antes que eu pudesse vê-la todinha, ela cobriu com o vestido. Sem saber o quanto tinha mexido comigo, ela foi começar o serviço. Saí da cozinha e fui ver como estava o movimento na área externa do restaurante. Já tinha um número razoável de clientes e eu estava com uma surpreendente disposição para atendê-los.

No final do expediente, fui me despedir da minha mais nova funcionária. Ciente de que éramos os últimos a sair, perguntei como foi seu primeiro dia. Sorrindo, ela falou que o seu dia foi bom, mas que ainda poderia ser bem melhor. Olhando novamente para o meu pescoço, ela foi se aproximando de mim e levantando o seu vestido, dessa vez a mostrar toda a outra borboleta, junto a sua flor, que estava depilada bem à brasileira. Eu não perdi tempo e caí de boca naquelas pétalas que estavam além de úmidas, muito cheirosas. Entre gemidos, depois de me conduzir ao seu néctar apimentado, enlouquecida de prazer, ela me puxou, tirou a minha camisa e parecia brincar de ligar os pontinhos com a sua língua por todo o meu corpo. Ao descobrir onde eu tinha mais uma pinta, ela o encheu de beijos, abocanhou tão firme e deliciosamente, a ponto de me fazer gozar quase levitando.

Nunca uma funcionária começou a me mostrar serviço dessa maneira. Nunca tive um dia de trabalho tão quente numa primavera. Já começo a imaginar como serão os nossos dias de verão...


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